Advogados ‘baby boomers’ são mais resistentes às novas tecnologias?

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Quando o assunto é adoção de novas tecnologias em escritórios de advocacia, os advogados baby boomers (1946-1964), quando comparados aos millennials (1981-1996), são geralmente estereotipados como sendo mais resistentes à inovação. Recente pesquisa da Association of Corporate Counsel (ACC) revelou, porém, que as taxas de adoção de tecnologias nos escritórios são ligeiramente semelhantes em ambas as gerações.

Advogados ‘baby boomers’ e advogados ‘millennials’

O levantamento contou com a participação de 1.007 pessoas, entre diretores jurídicos, advogados e consultores oriundos de 47 países. Conforme a pesquisa, 10% dos entrevistados implementaram soluções tecnológicas recentemente, enquanto 42% planejam adotar nos próximos meses. Os escritórios de advocacia maiores (com receitas anuais superiores a US$ 3 bilhões) demonstraram serem mais abertos à inovação.

Já em relação às diferenças geracionais, o levantamento desvelou o esteriótipo normalmente atribuído aos baby boomers. Ainda que o universo analisado tenha suas limitações – próprias, aliás, de toda e qualquer pesquisa –, 48% dos profissionais nascidos entre 1946 e 1964 responderam que planejam adotar soluções tecnológicas nos próximos meses, em comparação com 56% dos entrevistados millennials.

A pesquisa sugere que a idade dos profissionais não é determinante quando o assunto é adotar novas tecnologias em escritórios de advocacia. De acordo com o diretor comercial da HBR Consulting, Kevin Clem, que analisou os dados da pesquisa, fatores como localização e nível de maturidade do escritório influenciam mais no quesito inovação jurídica do que a faixa etária dos profissionais que os compõem.

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Resistir às novas tecnologias não é exclusividade dos advogados brasileiros

advogados baby boomers 01
A pesquisa sugere, em suma, que a idade dos profissionais não é determinante

Idade não importa

Mark Yacano, especialista em inovação no setor jurídico, concorda que a idade não é relevante. Conforme ele, é o foco do escritório que o leva a adotar (ou não) novas tecnologias para aprimorar seus serviços. Ainda de acordo com Yacano, os diretores de departamentos jurídicos não podem ignorar a realidade. As tecnologias têm muito potencial para transformar os modelos de prestação de serviços jurídicos:

Você não pode estar nessa área e ficar alheio ao papel da tecnologia e como ela está transformando a maneira como os serviços são entregues. – Mark Yacano

Em suma, tanto Kevin Clem quanto Mark Yacano concordam que a adoção de novas tecnologias em escritórios de advocacia e departamentos jurídicos de empresas não dependem da idade dos profissionais, mas de fatores individuais. Para eles, não faz sentido estereotipar advogados baby boomers como sendo resistentes às novas tecnologias e totalmente avessos às mudanças, apenas por terem nascido numa época pré-digital.

Clique AQUI para conferir a pesquisa da ACC na íntegra.

Continue explorando o assunto

HUDGINS, Victoria. Millennial or boomer, tech adoption in legal doesn’t come down to age. Law, 20 fev 2020.


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Bernardo de Azevedo

Bernardo de Azevedo

Advogado. Doutorando em Direito (UNISINOS). Mestre em Ciências Criminais (PUCRS). Especialista em Computação Forense e Segurança da Informação (IPOG). Professor dos Cursos de Pós-Graduação em Direito da Universidade FEEVALE e da Universidade de Caxias do Sul (UCS).
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