Cidade japonesa proíbe caminhar usando smartphone

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Uma cidade japonesa recentemente aprovou uma lei que proíbe pedestres de usarem seus smartphones enquanto caminham. Localizada na província de Kanagawa e próxima à capital Tóquio, Yamato está tratando a utilização dos dispositivos como um perigo à saúde pública. A novidade, anunciada há poucos meses, vem dividindo opiniões entre os japoneses.

A proibição da cidade japonesa Yamato

Embora a lei não estabeleça punição para quem não consegue se desvencilhar dos smartphones, representantes das casas legislativas de Yamato acreditam que a nova regra evidenciará os perigos de tal prática. A legislação ganhou o apoio de moradores da cidade, sobretudo os mais idosos. Kenzo Mori, de 64 anos, ressaltou a importância da determinação:

Usar um telefone celular vicia. As pessoas não conseguem parar de olhar para o celular e precisam se sentir conectadas aos amigos o tempo todo. Muitas vezes vejo pessoas usando celulares enquanto andam. Eles não estão prestando atenção às coisas ao seu redor. Os idosos podem não ser capazes de se esquivar deles. – Kenzo Mori

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A nova lei vem dividindo opiniões entre os japoneses

Já Arika Ina, de 17 anos, questionou a necessidade da lei. A jovem, que costuma presenciar pessoas olhando para suas telas enquanto caminhavam, reconhece que o hábito é perigoso, mas acredita que não é necessário um decreto para banir o comportamento. Conforme ela, basta que as pessoas sejam um pouco mais cuidadosas enquanto caminham:

Não acho que precisamos de um decreto. Você pode impedir isso [o comportamento de caminhar usando o smartphone] sendo um pouco mais cuidadoso. – Arika Ina

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Os riscos do manuseio dos smartphones

Em 2014, uma pesquisa conduzida pela NTT DoCoMo revelou que os pedestres perdem 95% do campo visual enquanto olham para seus smartphones. A empresa japonesa rodou uma simulação computadorizada para entender o que aconteceria caso 1.500 pessoas cruzassem a rua que conecta a estação férrea de Shibuya enquanto manuseavam seus dispositivos:

Os resultados da simulação demonstraram que 66,66% dos pedestres não conseguiriam chegar ao outro lado sem incidentes. A simulação também revelou que 446 pessoas colidiriam umas com as outras, 103 pedestres tropeçariam e 21 smartphones seriam derrubados. O estudo da NTT DoCoMo contribuiu para que a nova lei de Yamato fosse promulgada.


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Bernardo de Azevedo

Bernardo de Azevedo

Advogado. Doutorando em Direito (UNISINOS). Mestre em Ciências Criminais (PUCRS). Especialista em Computação Forense e Segurança da Informação (IPOG). Professor dos Cursos de Pós-Graduação em Direito da Universidade FEEVALE e da Universidade de Caxias do Sul (UCS).
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