Com que frequência você pensa sobre o futuro do Direito?

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No ano de 2016, o Institute for the Future (IFTF) conduziu uma pesquisa com milhares de pessoas, buscando saber com que frequência pensavam sobre o futuro. Coordenado pela futurista Jane McGonigal, o levantamento coletou dados através de entrevistas aplicadas a uma amostra de estadunidenses. No total, 2.818 adultos responderam um questionário online pré-formatado na plataforma Survey Monkey.

Pensando sobre o futuro

Todos os participantes foram recrutados a partir das redes sociais (Facebook e Twitter, sobretudo). A aplicação do survey em questão, durante os dias 7 a 13 de dezembro de 2016, teve como objetivo explorar a frequência com que os entrevistados pensavam sobre o futuro e como se imaginavam daqui a 3, 5, 10 e 30 anos. Em síntese, a pergunta principal formulada ao entrevistados foi a seguinte (em tradução livre):

Com que frequência você pensa sobre algo que pode acontecer ou algo que você pessoalmente possa fazer, pelo menos “x” anos a partir do presente? (Imaginação, planejamento, pesquisa, leitura, conversas com outras pessoas ou “sonhar acordado”, todos contam)

A pesquisa concluiu, em resumo, que a maioria dos entrevistados não pensa muito sobre o futuro:

  • 27% assinalaram que raramente pensam sobre suas vidas daqui a 5 anos;
  • 36% responderam que raramente pensam sobre suas vidas daqui a 10 anos;
  • 53% apontaram que raramente pensam sobre suas vidas daqui a 30 anos.

Ainda conforme o levantamento do IFTF, apenas uma minoria demonstrou ser altamente orientada para o futuro:

  • 35% assinalaram que pensam sobre os próximos 5 anos ao menos uma vez por semana;
  • 29% responderam que pensam sobre suas vidas daqui a 10 anos ao menos uma vez por semana;
  • 17% apontaram que pensam sobre como estará o mundo daqui a 30 anos ao menos uma vez por semana.

Em síntese, os infográficos a seguir ilustram, em maiores detalhes, o pensamento dos participantes:

1. Frequência (%) com que pensam sobre o que pode acontecer daqui a 3 anos

2. Frequência (%) com que pensam sobre o que pode acontecer daqui a 5 anos

3. Frequência (%) com que pensam sobre o que pode acontecer daqui a 10 anos

4. Frequência (%) com que pensam sobre o que pode acontecer daqui a 30 anos

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Levando em conta o potencial perfil dos entrevistados – pessoas que gostam de pensar sobre o futuro estão mais inclinadas a participar de um estudo como esse –, a pesquisa conclui que o estadunidense típico raramente ou quase nunca pensa sobre o futuro. Além disso, o levantamento indica que o % de pessoas altamente orientadas para o futuro na população em geral provavelmente é inferior aos relatórios do estudo.

Conforme o IFTF, as conclusões do survey revelam uma espécie de lacuna (gap). Daí, aliás, o nome da pesquisa: The American Future Gap. Em suma, algumas pessoas estão se conectando regularmente com seus futuros, enquanto a maioria não. O problema é que a falta de reflexão sobre o futuro pode trazer consequências profundas em nossas vidas pessoais e profissionais, além de prejuízos ao bem-estar coletivo.

Estudos demonstram, aliás, que quanto menos as pessoas pensam em suas vidas futuras, menos elas estão inclinadas a fazer escolhas que beneficiem o mundo a longo prazo. Só para ilustrar também: pessoas que não pensam sobre o futuro votam com menos frequência, procrastinam suas tarefas, são mais propensas a abandonar os estudos e apresentam menor resiliência ao lidar com obstáculos difíceis.

Concordo com Jane McGonigal, quando afirma que todos devemos pensar nos próximos 5, 10 e 30 anos. Se realmente quisermos criar mudanças no mundo que nos cerca e no campo do Direito, devemos desenvolver hábitos de pensamento futuro. Precisamos estimular a capacidade de imaginar como nossas vidas poderiam ser diferentes, desenvolvendo o futureS thinking – sempre no plural, pois as possibilidades são infinitas.

Pensando sobre o futuro do Direito

Enfim, e você? Com que frequência pensa sobre o futuro do Direito? Vamos continuar a conversa?

Clique AQUI para responder ao rápido survey que elaborei especialmente para este artigo.


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Bernardo de Azevedo

Bernardo de Azevedo

Advogado. Doutorando em Direito (UNISINOS). Mestre em Ciências Criminais (PUCRS). Especialista em Computação Forense e Segurança da Informação (IPOG). Professor dos Cursos de Pós-Graduação em Direito da Universidade FEEVALE e da Universidade de Caxias do Sul (UCS).
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