Como se tornar um engenheiro jurídico no Brasil

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Um número cada vez maior de estudantes tem almejado ingressar em carreiras jurídicas não tradicionais, que muitas vezes envolvem habilidades diversas daquelas ensinadas nas faculdades de Direito. Para ser um engenheiro jurídico no Brasil, por exemplo, saber lógica de programação é importante, mas o profissional precisa saber programar?

É necessário saber programar para ser um engenheiro jurídico?

Conforme Fabrício Ramos, CEO da Lexio, é essencial entender um pouco de lógica de programação, mas não programar. Em síntese, não é necessário aprender a “codar” ou manusear o Sublime Text (editor de código-fonte com uma interface de programação de aplicativos para a linguagem Python), pois cada legaltech tem seus sistemas e códigos próprios.

Fabrício destaca, no entanto, que é importante entender a lógica de árvores de decisão:

Usamos internamente a expressão “lógica de ifs” [para simbolizar o termo ‘if’, em, em português, ‘se’]. Se escolho uma variável A, eu sigo pelo caminho A, se eu escolho uma B, sigo pelo caminho B”. – Fabrício Ramos

engenheiro jurídico no Brasil
É necessário ser programador para ser um engenheiro jurídico?

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O que faz, na prática, um engenheiro jurídico?

Quais são as habilidades necessárias?

Já entre as principais habilidades relacionadas à profissão, Guilherme Tocci Salcedo, Global Legal Operation Specialist da Gympass, refere que o engenheiro jurídico deve possuir noções de lógica básica e pensamento analítico. Juntas, tais competências facilitarão o ingresso do aspirante a alcançar seu objetivo de se tornar um engenheiro jurídico.

Noções de lógica básica e pensamento analítico são habilidades necessárias para atuar nessa área. Além de advogados, algumas legaltechs têm buscado engenheiros de formação para atuarem nesse sentido. Dá para ver onde isso está indo. Guilherme Tocci Salcedo

Guilherme não vê como necessária uma formação específica para ser um engenheiro jurídico, pois há cursos disponíveis no mercado que oferecem ao profissionais excelentes noções. Além disso, como cada legaltech automatiza seus documentos do seu jeito, a experiência de trabalhar nessas startups complementa as lições que o aspirante aprende em cursos.

Como se tornar um engenheiro jurídico no Brasil?

Fabrício menciona que a maneira mais fácil de conseguir uma oportunidade de iniciar a carreira de engenheiro jurídico é conversando com legaltechs de automação de documentos ou plataforma de otimização de processos jurídicos. Começar com um estágio em lawtechs, aliás, é recomendado para entender a linguagem de programação adotada por elas:

Assim, os engenheiros conseguem se introduzir no mercado já com o conhecimento “refinado”. – Fabrício Ramos

Mas bater na porta de quem? Quais lawtechs estão à frente hoje? Conforme Guilherme, existem muitas legaltechs no mercado brasileiro e algumas delas – como Linte, NetLex, Looplex e Contraktor – se destacam ao prestar serviços para escritórios de advocacia e empresas de grande porte. Além das mencionadas, há outras startups no radar da AB2L.

No próximo texto vamos explorar um pouco mais o presente e o futuro dessa profissão.


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Bernardo de Azevedo

Bernardo de Azevedo

Advogado. Doutorando em Direito (UNISINOS). Mestre em Ciências Criminais (PUCRS). Especialista em Computação Forense e Segurança da Informação (IPOG). Professor dos Cursos de Pós-Graduação em Direito da Universidade FEEVALE e da Universidade de Caxias do Sul (UCS).
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