A consultoria de futuros The Future Laboratory disponibilizou um relatório sobre o futuro das estações de trabalho. De acordo com o report Workplace Futures, os espaços de trabalho do amanhã atenderão todas as necessidades dos profissionais, seja tornando-os mais produtivos, seja ajudando-os a aprimorar seu bem-estar físico e mental.
As forças que moldarão o futuro das estações de trabalho
Conforme o relatório, quatro são as forças que moldarão o futuro das estações de trabalho. A primeira delas (New Bricolage Living) é baseada no fato de que os jovens profissionais estão buscando combinar o trabalho com a experiências das viagens, como forma de desenvolver suas identidades enquanto trabalham e viajam ao redor do mundo.
A segunda força que moldará o futuro das estações de trabalho é a chamada Optimised Self. Para lidar com o ritmo frenético do mercado, os profissionais estão procurando espaços de trabalho que otimizem suas vidas e os ajudem a manter a saúde mental. Os ambientes do futuro deverão, acima de tudo, oferecer bem-estar aos trabalhadores.
Já a terceira força (Post-growth Society) fundamenta-se na ideia de que os profissionais estão optando por trabalhar em empresas e organizações com propósitos genuínos. Cada vez mais, os trabalhadores almejam locais de trabalho que somem em suas vidas, que tenham valores similares aos seus e que os façam crescer enquanto profissionais.
A quarta e última força é o Focus Filter. As estações trabalho normalmente oferecem muitas interrupções aos profissionais, como chamadas de voz, mensagens, ligações, campainhas, etc. Os trabalhadores buscam maneiras de reduzir a distração no ambiente de trabalho, para que possam se concentrar e manter a produtividade.
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Novas modalidades de estação de trabalho
A pandemia revelou que é possível trabalhar remotamente e com qualidade em diversas áreas, incluindo a jurídica – algo que, antes da crise de COVID-19, era impensável para muitos. Sendo assim, o relatório Workplace Futures elenca novas modalidades de estação de trabalho, que serão ocupadas pelos trabalhadores, em diversos campos, até 2030.
Vamos conhecer hoje duas delas:
1. Worktels (coworkings em hotéis)
É uma modalidade híbrida, que combina a funcionalidade dos escritórios com a comodidade dos hotéis. Os worktels serão espaços para que as pessoas possam trabalhar, se divertir e permanecer. A estrutura é pensada e planejada com estações de trabalho flexíveis, áreas para encontros improvisados entre equipes e quartos com mesas de trabalho.
Ao mesmo tempo, a hospitalidade está presente em todos os espaços, fornecendo aos hóspedes alimentação e entretenimento, quando assim o desejarem. A empresa The Hoxton, aliás, recentemente lançou o Working From, combinando coworking e hotéis. As primeiras unidades, já em funcionamento, estão localizadas em Chicago e Londres:
Em seu site, a The Hoxton relata que seus sofás confortáveis já estavam sendo utilizados como ambientes de trabalho improvisados desde 2016. A ideia, em síntese, é dar um passo a mais e construir um novo ambiente. A rede de hotéis descreve a iniciativa como “um novo espaço de coworking, onde o conforto do lar se encontra com a vida do hotel”.
Os hóspedes podem trabalhar em mesas de bibliotecas, cadeiras ergonômicas, sofás aconchegantes ou, ainda, sofás-camas. A estrutura também oferece aulas diárias de bem-estar e eventos semanais com palestrantes selecionados. O investimento, só para ilustrar, varia entre US$ 30,00 (diária) até US$ 700,00 por pessoa (pacote mensal).
2. Work dorms (dormitórios para trabalhar)
É uma modalidade na qual os proprietários remodelam suas residências para torná-las verdadeiros ambientes de trabalho, oferecendo-as a equipes de profissionais durante períodos pré-determinados ou para concluir projetos específicos. Além da estação de trabalho interna, o modelo reúne cômodos para que os trabalhadores possam relaxar e dormir.
Suponha que um grande escritório de advocacia feche um contrato com uma empresa em outro país e decida deslocar uma equipe até lá para desempenhar as tarefas in loco. Em situações como essa, os work dorms serão essenciais, pois estimularão a cocriação, a formação de insights (brainstorming) e manterão os profissionais concentrados na tarefa.
Pense, ainda, na indústria do cinema, na qual os atores, colaboradores e outros profissionais do elenco permanecem em outras localidades durante as gravações. Para Jeremy Myerson, diretor da Worktech Academy, rede global de conhecimento que explora o futuro do trabalho e das estações de trabalho, os work dorms serão fundamentais para essa indústria:
Isto será semelhante ao modelo de produção de Hollywood, onde os empregadores trazem pessoas interessadas em um projeto específico de curto prazo. – Jeremy Myerson (Diretor da Worktech Academy)
A empresa CODI, só para ilustrar, oferece espaços de trabalho em residências, para pessoas que não conseguem trabalhar em suas casas e que não se interessam por ambientes compartilhados. Embora os work dorms sejam pensados para equipes, com a CODI um profissional pode alugar um apartamento inteiro somente para trabalhar durante o dia.
Mais estações de trabalho
Sem dúvida, há muito a explorar em relação ao tema. Em futuros textos pretendo apresentar mais modalidades de estações de trabalho do futuro. Se a curiosidade não permitir esperar, confira AQUI para ler o relatório completo da The Future Laboratory.
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