Continuo a série de entrevistas com (co)fundadores de lawtechs e legaltechs do Brasil. Na entrevista de hoje, recebi a Dados Legais, uma plataforma de relacionamentos entre empresas e clientes, voltada para facilitar o gerenciamento dos dados pessoais e a adequação das organizações públicas e privadas à nova Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
Conversei com a COO da Dados Legais, Luiza Leite, que contou um pouco sobre a startup e os planos para o futuro.
Conheça, então, mais detalhes da Dados Legais:
1. Como surgiu a Dados Legais?
A Dados Legais surgiu da união de vontades em comum. Eu participava de um grupo de estudos sobre LGPD com o Bruno Feigelson e um dia, quando nós dois estávamos voltando de metrô para casa, começamos a conversar sobre os impactos do GDPR na Europa e do alto custo de conformidade para as empresas e como esse cenário iria se repetir aqui no Brasil. Nessa conversa, aliás, falei para ele sobre como tinha vontade de empreender nessa área e buscar por soluções para isso.
No dia seguinte, o Bruno me ligou, pedindo que eu o encontrasse no metrô para irmos em uma reunião para montar uma lawtech de compliance com a LGPD, mas que no caminho ele me explicava. Na hora achei muita loucura, mas fui ao seu encontro (melhor coisa que fiz). E em dez minutos de translado ele me explicou que tinha conhecido o Fernando, o Tatavo e o Bruno, todos da Parafernália, uma software house, e que eles também estavam querendo desenvolver soluções para os desafios da LGPD.
Fizemos uma reunião e levantamos vários dados, mas o que mais nos chamou atenção foi o fato de na Europa cerca de 30% das empresas recebem mais de 100 requisições de titulares por mês e que 58% das empresas possuem equipes com mais de 26 pessoas para responder a essas solicitações, porque muitas delas não possuem processos automatizados e que o custo disso é elevadíssimo.
Então, depois de algumas horas de reunião, vários desenhos pelas paredes da sala e muitas ideia mirabolantes, nasceu a Dados Legais, nossa plataforma que promete ser a evolução no controle dos dados pessoais.
2. Em síntese, quais são os serviços oferecidos pela startup?
Nós somos uma plataforma que coloca as empresas em conformidade com os artigos 17 a 20 da Lei Geral de Proteção de Dados – LGPD (que cria os direitos dos titulares, como, por exemplo, acesso, bloqueio, exclusão e portabilidade dos dados pessoais). Com isso temos duas interfaces, uma que gera um canal de comunicação entre a instituição e o titular dos dados, onde ele tem acesso a todos os seus direitos e pode selecionar qual deles deseja exercer. E outra para a empresa administrar e gerir todas essas solicitações, por prazo, tipo de demanda, status do pedido, etc.
3. Qual o diferencial da Dados Legais em relação às demais iniciativas que oferecem serviços/produtos similares?
Somos a única plataforma de compliance com a LGPD que oferece a interface com os titulares de dados. Existem outras soluções focando em problemas internos das organizações. Mas, criar um canal centralizado para o exercício de direito dos titulares de dados trazidos pela LGPD e disponibilizar um meio para gestão dessas requisições, só a Dados Legais.
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4. A Dados Legais tem um Propósito Transformador Massivo (MTP)? Se sim, qual?
Sim, garantir o controle dos dados pessoais. Nosso propósito é uma via de mão-dupla, ao mesmo tempo que queremos que as instituições tenham controle sobre os dados pessoais de terceiros, também objetivamos que os próprios titulares dos dados possam exercer o controle sobre eles.
5. Quem são as pessoas por trás da startup?
Nosso time é enxuto. Por enquanto temos 10 hit makers proporcionando o controle dos dados pessoais pelo Brasil. Dentre eles: programadores, advogados, administradores e engenheiros. Buscamos sempre trazer pessoas brilhantes e com a mente inquieta para perto de nós, e eu tenho muito orgulho de ter cada um deles no nosso time.
6. Quais são os planos da Dados Legais para os próximos anos?
Queremos ser um selo de proteção de dados pessoais, garantindo que as pessoas tenham seus direitos respeitados; que cada vez mais empresas estejam em conformidade com a LGPD e outras normativas que regulem esse tema. Além disso, queremos que os processos dentro das organizações que tratem dados pessoais sejam exponencialmente otimizados e com custos reduzidos; que os riscos de litígios por não cumprimento à LGPD sejam mitigados e que os titulares de dados tenham controle sobre eles. Enfim, desejamos continuar garantindo o controle dos dados pessoais, evoluir mais e mais, para ser a melhor plataforma no controle de dados pessoais do mundo.
Lawtechs e legaltechs
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No mais, continuamos nossa imersão pelo mundo das lawtechs e legaltechs na próxima entrevista!
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