À medida que os dias passam, mais escritórios de advocacia começam a enxergar o potencial do metaverso para aumentar o alcance de seus serviços e a conexão com novos clientes. Da forma como o quadro está sendo emoldurado, é mera questão de tempo até que mais bancas lancem suas sedes virtuais para explorar novos mercados.
Nesse momento inicial, é natural que haja resistência por parte de alguns advogados. Muitos profissionais não compreendem do que se trata o metaverso. E mesmo os que conhecem um pouco não conseguem antever tudo. A verdade é que estamos todos entendendo aos poucos as nuances desse novo ambiente. Não há nada de errado nisso.
Escritórios de advocacia no metaverso
Conversando com profissionais de advocacia que já estão construindo seus espaços no metaverso, posso afirmar que os três principais motivos que os levam a investir no novo ambiente são estes:
- oportunidade;
- desejo de inovar; e
- medo de ficar de fora.
Todas as semanas vemos notícias de empresas, como Nike, Itaú e Gucci, lançando iniciativas no metaverso. Nem todas compreendem a profundidade do ambiente, mas não querem deixar a oportunidade passar. Elas desejam estar no metaverso porque, quanto mais cedo lá estiverem, mais cedo poderão entender o que realmente está acontecendo.
O mesmo vale para os escritórios de advocacia. No Brasil, até agora apenas o Viseu Advogados lançou uma sede virtual no metaverso. Mas basta um case nacional para estimular novos profissionais a almejar um espaço similar. Inclusive, no momento que está texto sendo escrito, estou diretamente envolvido na construção de três sedes virtuais.
Aumentando a familiaridade com o novo ambiente
Até somos capazes de antecipar problemas e benefícios sem experimentar, mas o nível de compreensão será sempre restrito e, muitas vezes, ilusório. No caso do metaverso, é preciso experimentar softwares e hardwares para entender melhor do que se trata. Em termos de softwares, conhecer as plataformas existentes é um ponto de partida.
Só para ilustrar: ao experimentar a Decentraland pela primeira vez, não simpatizei com a plataforma. Mesmo logando a partir de dois computadores distintos, com capacidades diferentes de processamento, os avatares se movimentavam com lentidão. Posso talvez em breve ter outra experiência lá, mas o que já experimentei não me marcou.
Por outro lado, tive uma experiência positiva ao conhecer a AltspaceVR. Em síntese, a plataforma oferece a possibilidade de criar sedes virtuais gratuitamente, sendo possível importar ambientes pré-construídos. Além disso, a movimentação dos avatares é mais rápida, e os botões e ferramentas, até onde pude explorar, são bem mais intuitivos.
Em relação aos hardwares, já experimentei headsets como o Google Cardboard e o VR BOX. Em ambos, o usuário deve inserir seu smartphone na parte frontal do dispositivo, o que prejudica muito a imersão. Já o Oculus Quest 2, da Meta, faz o usuário imergir no ambiente tridimensional, oferecendo um melhor nível de experiência.
Experimentar faz toda a diferença
Experimentar softwares e hardwares faz, portanto, toda a diferença. Já o tempo que investimos testando e mergulhando nesse ambiente nos permite conhecer com profundidade as oportunidades, negócios e serviços que podemos oferecer. A tecnologia traz possibilidades e benefícios, mas, ao mesmo tempo, novos problemas e desafios.
À medida que mais empresas lançam iniciativas no metaverso, maior será o número de conflitos judiciais nesse ambiente virtual. As mais diversas áreas de atuação de advocacia poderão ser afetadas, a médio e longo prazo. E estar com os “dois pés” lá, desde agora, pode oferecer vantagem competitiva para se destacar no mercado jurídico.
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