Ferramentas de inteligência artificial são usadas por minoria de advogados, revela pesquisa

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Recente relatório da American Bar Association (ABA) revelou que uma parcela muito pequena de escritórios de advocacia usa ferramentas baseadas em inteligência artificial (IA). Conforme o Legal Technology Survey Report, uma minoria de advogados adota tais tecnologias. Além disso, dos profissionais que o fazem, a maior parte é oriunda de grande bancas.

Minoria de advogados usa ferramentas de inteligência artificial

A pesquisa do Legal Technology Resource Center (LTCR), órgão vinculado à ABA que ajuda advogados a compreender o potencial das ferramentas tecnológicas, demonstrou que apenas 7% dos entrevistados usam ferramentas de tecnologia de IA em seus escritórios de advocacia. Se comparado aos resultados do ano anterior, o número caiu em 1%.

Só para ilustrar: 23% dos entrevistados afirmaram que suas empresas não estavam interessadas em adquirir ferramentas baseadas em IA. Além disso, a pesquisa demonstrou que 34% dos entrevistados não sabem o suficiente sobre o assunto para responder a pergunta sobre o uso atual ou planejado de tais ferramentas por seus escritórios de advocacia.

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Os escritórios de advocacia têm resistido a ferramentas de IA

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Precisão e custos são fatores que influenciam a decisão

De acordo com Alexander Paykin, conselheiro do Legal Technology Resource Center (LTCR), o setor jurídico tem resistido a ferramentas de IA porque a maioria dos fornecedores não entrega os resultados prometidos. Em síntese, muitas soluções disponíveis no mercado não são desenvolvidas com algoritmos de IA, embora sejam vendidas como se o fossem.

O levantamento revela, nesse sentido, que boa parte dos escritórios (35%) entendem a precisão da tecnologia de IA como um dos principais obstáculos no momento de adotar ferramentas de IA. Ainda conforme o estudo, o custo é outro aspecto determinante: 33% dos entrevistados afirmaram que os valores influenciam no momento da decisão.

Os advogados oriundos de grandes bancas – compostas de mais de 100 profissionais – são os que mais mais usam ferramentas baseadas em IA (17%). Tais resultados, na visão de Paykin, decorrem do fato de que, se comparado a pequenos e médios escritórios de advocacia, as grandes bancas têm maior poder aquisitivo para adquirir tais tecnologias.

Inteligência artificial em escritórios de advocacia

O Legal Technology Survey Report foi conduzido entre os meses de março e maio de 2020 – nos primeiros meses desde o inicio da pandemia, portanto. No total, 629 profissionais participaram da pesquisa, sendo todos membros da ABA. A pesquisa é publicada anualmente e abrange diversos tópicos da prática jurídica estadunidense.


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Bernardo de Azevedo

Bernardo de Azevedo

Advogado. Doutorando em Direito (UNISINOS). Mestre em Ciências Criminais (PUCRS). Especialista em Computação Forense e Segurança da Informação (IPOG). Professor dos Cursos de Pós-Graduação em Direito da Universidade FEEVALE e da Universidade de Caxias do Sul (UCS).
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