GPT-4 chegará na próxima semana e será multimodal: o que pode mudar na prática jurídica?

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O tão aguardado GPT-4 será lançado na próxima semana com uma novidade incrível: será multimodal. A Microsoft, uma das principais investidoras da OpenAI, confirmou que o novo modelo de linguagem será capaz de interpretar textos, imagens e até vídeos.

Já fazia algum tempo que rumores sobre os recursos do GPT-4 circulavam, porém o CEO da OpenAI, Sam Altman, tentou minimizar as expectativas em uma entrevista no início deste ano, afirmando que provavelmente “as pessoas ficariam desapontadas”.

Mas agora, a Microsoft, por meio do CTO da sede da Alemanha, Andreas Braun, confirmou que o GPT-4 será liberado na próxima semana.

A Microsoft é parceira da OpenAI desde 2019, quando investiu US$ 1 bilhão na empresa. Em janeiro deste ano, a empresa de Bill Gates aumentou sua participação em bilhões de dólares devido ao sucesso do ChatGPT, que conquistou milhões de usuários nos últimos meses.

GPT-4 multimodal

O que muda no novo modelo e, sobretudo, na aplicação do ChatGPT?

Até o momento, o ChatGPT, que adota o modelo de linguagem GPT 3.5, é limitado a produzir apenas textos. Embora os detalhes técnicos ainda sejam mantidos em sigilo, o lançamento promete oferecer possibilidades completamente diferentes e revolucionar a forma como utilizamos a inteligência artificial.

O novo modelo de linguagem multimodal será capaz de interpretar textos, imagens e até mesmo vídeos. Andreas Braun, diretor de tecnologia da Microsoft na Alemanha, comentou a respeito das funcionalidades em recente entrevista:

Vamos apresentar o GPT-4 na próxima semana. Teremos modelos multimodais que oferecerão possibilidades completamente diferentes, como vídeos, por exemplo.

Andreas Braun
multimodal
A declaração foi dada por Andreas Braun

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Como os advogados podem se beneficiar do ChatGPT

Braun descreveu o GPT-4 como um “divisor de águas” para a indústria de inteligência artificial, pois o modelo de linguagem dará mais um passo em direção à capacidade de interpretação humana. Obviamente, ainda há um longo caminho a percorrer para alcançá-la.

De acordo com a Microsoft, é recomendável que as empresas ofereçam treinamento aos seus funcionários para a adoção de inteligência artificial no ambiente de trabalho. A diretora da Microsoft na Alemanha, Marianne Janik, ressalta que as descrições de trabalho tradicionais estão mudando e novas profissões estão surgindo graças às novas possibilidades da IA.

Mas o que essa novidade muda na prática jurídica?

Ainda não sabemos ao certo como a ferramenta poderá ser utilizada, mas, a partir do que foi revelado até o momento, será possível analisar documentos jurídicos interpretando não só o texto, mas também os gráficos e tabelas neles presentes. Isso pode reduzir o tempo e o custo envolvidos na revisão dos documentos, aumentando a eficiência dos escritórios de advocacia.

Com a capacidade de interpretar imagens, o GPT-4 poderá até mesmo auxiliar na análise de provas em processos judiciais. Por exemplo, o modelo de linguagem poderia ser utilizado para analisar imagens de câmeras de segurança em casos de crimes, identificando padrões ou elementos relevantes que possam ajudar na investigação e na tomada de decisões judiciais.

Além disso, o GPT-4 também poderia ser utilizado para a análise de imagens em processos de erro médico, auxiliando na identificação de possíveis erros ou falhas no diagnóstico ou tratamento de pacientes. A interpretação multimodal do GPT-4 pode, portanto, ser uma ferramenta valiosa para o avanço da prática jurídica.

Em suma, a chegada do GPT-4 multimodal pode trazer diversas possibilidades para a prática jurídica, em especial para os advogados. Se profissionais que buscam melhorar sua eficiência e produtividade já encontram no ChatGPT uma ferramenta poderosa, que dirá, então, na nova versão. Aguardemos as cenas dos próximos capítulos.

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Bernardo de Azevedo

Bernardo de Azevedo

Advogado. Doutorando em Direito (UNISINOS). Mestre em Ciências Criminais (PUCRS). Especialista em Computação Forense e Segurança da Informação (IPOG). Professor dos Cursos de Pós-Graduação em Direito da Universidade FEEVALE e da Universidade de Caxias do Sul (UCS).
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