Entenda como a IA generativa está transformando a advocacia

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O escritório de advocacia internacional Allen & Overy adotou recentemente um sistema de IA generativa denominado Harvey, baseado na tecnologia da OpenAI, para auxiliar seus profissionais no atendimento aos clientes. Com sede em Londres, a banca acredita que a ferramenta trará uma “vantagem competitiva” em relação aos seus concorrentes, especialmente na pesquisa jurídica e análise de contratos.

Projetado especificamente para o setor jurídico, o sistema vem sendo testado desde novembro de 2022 e agora está sendo implementado para mais de 3.500 advogados da banca em 43 escritórios. De acordo com a Allen & Overy, até o momento os advogados já fizeram cerca de 40.000 perguntas à ferramenta, sendo a maioria relacionadas ao trabalho diário com os clientes.

Vanguarda da tecnologia jurídica

David Wakeling, chefe de inovação de mercados da banca, declarou que, mesmo estando na vanguarda da tecnologia jurídica há 15 anos, nunca viu nada como Harvey. Ele acredita que a plataforma, desenvolvida em parceria com a OpenAI, é um divisor de águas que pode liberar o poder da IA generativa para transformar o setor jurídico:

É um divisor de águas que pode liberar o poder da IA ​​generativa para transformar o setor jurídico. Harvey pode trabalhar em vários idiomas e em diversas áreas de prática, oferecendo eficiência e inteligência sem precedentes. Em nosso teste, vimos alguns resultados surpreendentes.

David Wakeling (Chefe de inovação de mercados da Allen & Overy)

Conforme o chefe de inovação, o escritório tem uma política de não incluir nenhum dado do cliente na solução no momento. No entanto, ele disse que a banca começará a apresentar a solução de IA generativa aos clientes em breve e que será necessário obter consentimento e ter pré-discussões com eles a respeito do tema:

Wakeling tem esperança que outros escritórios de advocacia comecem a adotar a IA generativa e acredita que mesmo os escritórios de advocacia mais conservadores precisam agir rapidamente diante das mudanças.

IA generativa

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Baptiste Aubry, chefe de regulamentação da filia em Luxemburgo, afirmou que o sistema Harvey é capaz de analisar contratos, criar uma apresentação de slides sobre um tópico específico e fornecer um ponto de partida para examinar uma questão jurídica. Ele exemplificou que poderia pedir à máquina que preparasse uma apresentação de 10 slides com três ou quatro pontos em cada slide sobre como abrir um banco em Luxemburgo para um cliente dos Estados Unidos, e a ferramenta seria capaz de realizar essa tarefa.

A IA generativa está transformando o mundo jurídico

A IA generativa está transformando a prática da advocacia, permitindo a criação de conteúdos jurídicos diversos, em texto e em imagens. Ela vem viabilizando tarefas como análise de contratos, pesquisa jurídica (essa, em especial, ainda com limitações) e até mesmo na redação de petições. Com a modalidade, os advogados podem analisar documentos com mais rapidez, além de gerar novas ideias com base em dados existentes.

Além disso, a IA generativa pode ser usada para antecipar cenários de casos judiciais e prognosticar possíveis ações e comportamentos das partes contrárias. Os advogados podem esse sistema tecnologia para identificar argumentos mais eficazes e preparar melhor seus casos.

Apesar de a IA generativa estar transformando a prática da advocacia, ela, por óbvio, ainda não substitui o advogado, que desempenha uma série de funções cognitivas e que exigem altos níveis de interação social. De todo modo, é inegável que a IA generativa é valiosa e pode ajudar os profissionais a melhorar a eficiência e produtividade na prática da advocacia.

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Bernardo de Azevedo

Bernardo de Azevedo

Advogado. Doutorando em Direito (UNISINOS). Mestre em Ciências Criminais (PUCRS). Especialista em Computação Forense e Segurança da Informação (IPOG). Professor dos Cursos de Pós-Graduação em Direito da Universidade FEEVALE e da Universidade de Caxias do Sul (UCS).
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