Em recente entrevista à Folha de S.Paulo, Joshua Walker afirmou que os advogados devem não apenas aprender sobre inteligência artificial (IA), como também assumir o protagonismo nos processos de desenvolvimento de tecnologias voltadas ao Direito. Conforme o especialista, os profissionais da advocacia devem se tornar cocriadores da IA.
A visão de Joshua Walker
Na visão de Walker, o desenvolvimento da IA não deve ficar restrito a engenheiros de software e cientistas da computação. Embora reconheça a importância desses profissionais, ele acredita que os advogados também devem participar do processo, pois são os leitores e produtores de conteúdos jurídicos que, mais adiante, serão objetos da IA.
Conforme o autor do livro On Legal AI (Revista dos Tribunais, 2021), os advogados devem incorporar IA em suas rotinas porque possuem dois deveres com seus clientes. O primeiro é o dever de lealdade de ajudar os clientes com os melhores meios disponíveis. O segundo é o dever de melhorar a prática, a administração da lei e o próprio sistema judicial:
Você tem que se perguntar duas coisas: o que meus clientes precisam? E como posso ser — um ou o — melhor no que faço para ajudar meus clientes? Isso é tudo que você precisa se preocupar para “inovar”. – Joshua Walker

Não devemos automatizar a atividades dos julgadores
O autor destaca que a IA oferece muitos benefícios para o Direito, sobretudo quando bem aplicada. Mas, no âmbito das decisões judiciais, entende que não devemos automatizar a atividade dos julgadores. Embora reconheça que os juízes podem se beneficiar da IA, Walker acredita que as decisões devem continuar sendo proferidas pelos magistrados:
Em minha opinião, não é possível e nem desejável automatizar a tomada de decisões judiciais. – Joshua Walker
De acordo com Walker, os Estados Unidos ainda estão no primeiro “trimestre” de aplicação da IA na esfera jurídica. A pandemia diminuiu a resistência em relação à tecnologia, tanto no exterior quanto no Brasil, e vem incentivando mais profissionais a adotá-la. Mas é preciso avançar muito e compreender melhor os benefícios e os riscos da IA no Direito.
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