Lawtechs e legaltechs: o que você precisa saber sobre elas

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Lawtechs e legaltechs têm sido temas cada vez mais discutidos em eventos e encontros jurídicos. Conversando com estudantes e alguns advogados atuantes na área cível e criminal, no entanto, percebi que nem todos sabem exatamente o que as expressões significam. Os termos ora são associados com inteligência artificial, pura e simplesmente, ora são imaginados como sendo tecnologias distantes de nossa realidade.

Com objetivo de esclarecer as dimensões dos conceitos e ajudar aqueles e aquelas que desejam imergir no mundo da inovação jurídica, decidi escrever este rápido texto. Nele, respondo os seis principais questionamentos que li e ouvi desde o segundo semestre de 2019, quando comecei a entrevistar (co)fundadores de lawtechs e legaltechs brasileiras para este site. O texto tem, portanto, caráter educativo-informativo.

Vamos, então, às perguntas e respostas:

1. O que são lawtechs e legaltechs?

As expressões, em suma, têm origem na língua inglesa. Desmembrando as palavras, temos: law/legal (lei/ jurídico) e tech (tecnologia). Em síntese, lawtechs e legaltechs são startups que desenvolvem produtos e serviços de base tecnológica para melhorar o setor jurídico.

2. Quais são os principais objetivos das lawtechs e legaltechs?

As soluções tecnológicas criadas buscam tanto aprimorar a rotina dos advogados quanto auxiliar os magistrados na própria atividade jurisdicional. Só para ilustrar, as startups jurídica podem ajudar os profissionais da advocacia da seguinte forma:

  • Aumentando a produtividade e eficiência;
  • Reduzindo os custos dos escritórios;
  • Oferecendo diferenciais competitivos.

Já em relação ao Poder Judiciário e à atividade jurisdicional, as lawtechs e legaltechs podem assim auxiliar:

  • Diminuindo a quantidade de processos/litígios;
  • Democratizando e aprimorando os serviços;
  • Aumentando a transparência;
  • Reduzindo a burocracia.

3. Lawtechs e legaltechs são sinônimos?

No Brasil, os termos são usados como sinônimos. Mas, em alguns países como Estados Unidos, o termo legaltechs é mais abrangente, sendo usado para denominar startups que oferecem serviços ao mercado jurídico como um todo – tanto para os advogados quanto para os departamentos jurídicos de empresas. Já o termo lawtechs é usado para designar startups que oferecem soluções somente para advogados (público final).

4. Quais são as categorias de startups jurídicas brasileiras?

Conforme o radar dinâmico da Associação Brasileira de Lawtechs e Legaltechs (AB2L), existem 13 categorias de startups jurídicas. Em suma, são elas:

  1. Analytics e jurimetria;
  2. Automação e gestão de documentos;
  3. Compliance;
  4. Conteúdo jurídico, educação e consultoria;
  5. Extração e monitoramento de dados públicos;
  6. Gestão de escritórios e departamentos jurídicos;
  7. Inteligência artificial no setor público;
  8. Redes de profissionais;
  9. Regtech;
  10. Resolução de conflitos online;
  11. Taxtech;
  12. Civic Tech;
  13. Real Estate Tech.

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5. Quantas lawtechs e legaltechs existem no Brasil?

De acordo com o radar da AB2L, existem mais de 150 startups jurídicas instaladas no País:

lawtechs 01

Além disso, mais de 50 startups se encontram em early stage (para ser assim classificada, as startups devem ter um time mínimo e com dedicação, pelo menos, parcial ao projeto; ter um produto/serviço formatado, mesmo que ainda só no papel; e estar com o CNPJ em fase de criação ou já em validação):

lawtechs 02

6. Qual é o atual cenário do ecossistema brasileiro de startups jurídicas?

O ecossistema brasileiro de lawtechs e legaltechs ultrapassou a fase inicial de experimentação (não está mais “engatinhando”, portanto) e, nos últimos dois anos (2017-2019), cresceu 300%. Enfim, embora nenhuma startup jurídica tenha recebido o título de “unicórnio” até o momento (na gíria corporativa, significa atingir o valuation de US$ 1 bilhão ou mais), muitas estão consolidando seu espaço no mercado.


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Bernardo de Azevedo

Bernardo de Azevedo

Advogado. Doutorando em Direito (UNISINOS). Mestre em Ciências Criminais (PUCRS). Especialista em Computação Forense e Segurança da Informação (IPOG). Professor dos Cursos de Pós-Graduação em Direito da Universidade FEEVALE e da Universidade de Caxias do Sul (UCS).
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