Legal designers: quem são esses profissionais?

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O mercado jurídico está em crescimento no Brasil, pavimentando o terreno para a ascensão de novas profissões. Nos textos anteriores, escrevi sobre os engenheiros jurídicos. Hoje inicio uma série de textos sobre os legal designers. Afinal, quem são e o que fazem esses novos profissionais? Como se tornar um legal designer no Brasil?

Para entender mais nuances da profissão, conversei com três profissionais:

O que faz, na prática, um legal designer?

Se você acompanha este site com frequência, deve ter percebido que o Direito e o Design estão cada vez mais conectados. Nesse contexto, os legal designers estão se tornando profissionais procurados por escritórios de advocacia e departamentos jurídicos, seja para criar e remodelar serviços jurídicos, seja para aprimorar a comunicação dos documentos.

Mas o que faz, na prática, um legal designer? De acordo com Fellipe Branco, a atividade do legal designer consiste em criar ou remodelar serviços, rever e revisitar conceitos e formas de se relacionar com eles ou gerar inovações ou melhorias no universo jurídico. Conforme o Chief of Visual Law Officer do Lima ≡ Feigelson Advogados, o legal designer

é um profissional que coloca os usuários do sistema jurídico/judiciário, ou seja, pessoas com conhecimento jurídico e pessoas com pouco (ou nenhum) conhecimento jurídico, no centro das decisões; o processo precisa levar em consideração os desejos e necessidades destes. – Fellipe Branco

Para Juliana Lima, legal designer na LexDesign, o legal designer é o profissional que olha para as pessoas que necessitam usar serviços, produtos e/ou documentos jurídicos e identifica, juntamente com o cliente, “qual é a melhor solução para minimizar as dores e atender aos desejos dos usuários daquele contexto”. De acordo com Juliana,

para isso é realizado um trabalho que passa pelo entendimento do desafio e do usuário, empatia, ideação e testes da solução criada. E é o legal designer quem conduz cada etapa em conjunto com o time do projeto e do cliente. Ele é um facilitador de processos, um arquiteto jurídico que organiza a construção da solução frente a diversos stakeholders, descobre hipóteses e prioriza soluções. – Juliana Lima

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O Direito e o Design estão cada vez mais conectados

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Quais habilidades e conhecimentos os legal designers devem buscar?

O legal designer deve estudar campos e temáticas além do Direito. Conhecer os fundamentos de disciplinas como Design, UX Design, Design Thinking e UX Writing contribuirão para que o profissional execute melhores projetos. Além disso, é importante ter noções de Visual Thinking e metodologias ágeis (como Scrum e Kanban).

O aspirante deve desenvolver a empatia e a a habilidade criativa para obter bons insights. Aprender metodologias de pensamento criativo também contribui para buscar e propor soluções às diversas questões da área jurídica. Finalmente, é relevante buscar referências e conhecer as soluções criadas por designers de outras áreas.

Já pra quem deseja se especializar em Visual Law, com foco na construção de documentos jurídicos mais simples e compreensíveis para o usuário, bem como a aplicação correta dos recursos visuais, tipografia, etc., é recomendado o estudo do design gráfico. Lilian Coelho destaca que, mais do que fazer cursos, é preciso colocar a mão na massa:

Hoje no Brasil já temos ótimos cursos, mas ainda é preciso buscar esses conhecimentos que estão esparsos. Talvez o melhor conselho a ser dado para quem quer se tornar um legal designer seja “fazer”. – Lilian Coelho

Já conhecia a profissão de legal designer?

Nos próximos textos pretendo explorar mais detalhes sobre essa profissão no Brasil.


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Bernardo de Azevedo

Bernardo de Azevedo

Advogado. Doutorando em Direito (UNISINOS). Mestre em Ciências Criminais (PUCRS). Especialista em Computação Forense e Segurança da Informação (IPOG). Professor dos Cursos de Pós-Graduação em Direito da Universidade FEEVALE e da Universidade de Caxias do Sul (UCS).
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