Ler dados será tão importante quanto ler termos jurídicos, afirma especialista

Compartilhe este conteúdo

Em recente artigo publicado, o head de serviços jurídicos globais da KPMG, Stuart Fuller, afirmou que, no futuro, ler dados será tão importante quanto ler termos jurídicos. À medida que o Direito se torna data-driven, profissionais capazes de ler e interpretar dados serão cada vez mais essenciais em escritórios de advocacia e departamentos jurídicos.

É provável que você goste:

Legal analytics está perto de seu ponto de inflexão, sugere especialista

Ler dados será tão importante quanto ler termos jurídicos

O mundo está cada vez mais mais volátil, complexo, incerto e ambíguo. O contexto leva as empresas a não medirem esforços para reduzir riscos, eliminar perdas e aumentar as oportunidades de receita. Decisões baseadas em instinto, intuição, achismos ou mesmo experiências passadas dão espaço, agora, para as decisões baseadas em dados (data-driven).

A cultura data-driven começa a pautar o setor jurídico. Escritórios de advocacia e departamentos jurídicos estão reservando parte do orçamento para imergir no ambiente guiado por danos e aprimorar a tomada de decisões, levando especialistas como Stuart Fuller a imaginar um futuro no qual ler dados será tão importante quanto ler termos jurídicos:

As empresas contam cada vez mais com sua equipe jurídica para ajudá-las a identificar oportunidades de aumentar a receita e diminuir custos e riscos. Com o tempo, os pools de dados jurídicos podem ficar mais ricos e as equipes jurídicas ficarão melhores em analisá-los para insights estratégicos. – Stuart Fuller 

É provável que você goste:

Como os dados podem transformar a advocacia

ler dados 01
Profissionais capazes de ler e interpretar dados serão, em síntese, essenciais nas empresas

Metade da equipe jurídica não será formada por advogados

No futuro imaginado por Fuller, analistas de dados e outros especialistas passarão a compor as equipes jurídicas – que, para interpretar toda a gama de dados, se tornarão mais multidisciplinares. A tendência, conforme, o head de serviços jurídicos globais da KPMG, é que os advogados (sejam eles corporativos ou de escritórios) se tornem a minoria:

Na nova realidade, a composição das equipes jurídicas se transforma ao lado do negócio. A proporção do trabalho jurídico realizado por paralegais, analistas de dados, especialistas operacionais e outros especialistas na função jurídica pode aumentar a ponto de os profissionais jurídicos se tornarem quase uma minoria. – Stuart Fuller 

Analistas de dados e outros especialistas passarão, em suma, a compor as equipes jurídicas

É provável que você goste:

Escritórios de advocacia devem se tornar multidisciplinares, sugere relatório

Os dados e o futuro da advocacia

A convicção de Fuller encontra, aliás, eco na voz de especialistas como Josh Becker e Nicholas Reed. O primeiro, head de análise jurídica da LexisNexis, recentemente afirmou que o legal analytics é o futuro da advocacia e que nenhuma decisão jurídica ou orientação estratégica em escritórios de advocacia e departamentos jurídicos será feita sem dados.

Já Nicholas Reed, head de negócios e operações da Ravel Law, sustenta que a inteligência artificial e o legal analytics elevarão a advocacia a um novo patamar. A cultura data-driven parece ser um caminho sem volta no Direito. Sendo assim, compreender essa realidade hoje pode aumentar as chances de alçar voo no mercado de amanhã.


Enfim, quer estar por dentro de tudo que envolve Direito, inovação e novas tecnologias?

Siga-me, então, no FacebookInstagram e LinkedIn e acompanhe conteúdos diários para se manter atualizado.

Bernardo de Azevedo

Bernardo de Azevedo

Advogado. Doutorando em Direito (UNISINOS). Mestre em Ciências Criminais (PUCRS). Especialista em Computação Forense e Segurança da Informação (IPOG). Professor dos Cursos de Pós-Graduação em Direito da Universidade FEEVALE e da Universidade de Caxias do Sul (UCS).
Rolar para cima