Maioria dos advogados brasileiros não sabe o que são legaltechs

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Recente pesquisa conduzida pela AB2L, em parceria com a LEXLY, revelou que a maioria da advocacia brasileira não sabe o que são legaltechs. O levantamento, intitulado Clientes e advogados: expectativas vs. realidade, contou com a participação de 519 advogados de diferentes partes do país.

Compreendendo as legaltechs

As legaltechs (ou lawtechs – no Brasil os termos são adotados como sinônimos) são empresas que desenvolvem produtos e serviços de base tecnológica para o setor jurídico. Embora o ecossistema brasileiro de tecnologia jurídica conte com mais de 200 legaltechs, os profissionais as desconhecem.

O radar da AB2L ilustra a quantidade de empresas estabelecidas em solo brasileiro:

legaltechs

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Apenas 42,4% dos respondentes afirmam saber o que são as legaltechs, o que, conforme a pesquisa, “mostra que os profissionais da área precisam se atualizar mais fortemente com as novidades tecnológicas do setor.” A maioria (57,6%) não sabe como essas empresas podem auxiliar na prática jurídica:

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Legaltechs mais lembradas pelos participantes

A pesquisa demonstra, além disso, que o conhecimento dos advogados se restringe às empresas que criam softwares de gestão. Entre as dez empresas mais mencionadas pelos participantes, a esmagada maioria está relacionada à categoria “gestão de escritórios e departamentos jurídicos” (AB2L):

  1. Jusbrasil, com 35,1%;
  2. OAB Digital, com 8,1%;
  3. SAJ ADV, com 6,6%;
  4. Legal One, com 5,6%;
  5. Projuris, com 5,2%;
  6. Proadv, com 4,8%;
  7. AASP Gerenciador, com 4,4%;
  8. Advise, com 4,4%;
  9. Promad, com 4,4%;
  10. Astrea, com 4,2%.

Só para ilustrar: 18% dos advogados não souberam mencionar nenhuma legaltech, nem mesmo o Jusbrasil, atualmente a mais conhecida do país. O levantamento revela que os próprios profissionais não se consideram atualizados quanto o assunto é tecnologia, deixando de aproveitar seu potencial.

Indagados se estão dispostos a adotar tecnologias suas rotinas, os advogados, em sua maioria, disseram estar receptivos ao uso. Ainda conforme a pesquisa, a maioria acredita que a tecnologia ajuda na prática, ao passo que uma minoria (18%) vislumbra que haverá a substituição do papel do advogado.

O custo é o empecilho principal para o não uso de tecnologia, seguido pelo desconhecimento das soluções (esse segundo ponto eu já havia, aliás, constatado em pesquisa própria). Em terceiro lugar entra o pouco volume de trabalho, que leva muitos advogados a não usarem ferramentas em seu dia a dia.

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Embora a pesquisa revele que a maioria dos advogados não sabe o que são legaltechs, tenho a convicção de que os profissionais compreenderão cada vez mais a importância dessas empresas, já que hoje, mais do que nunca, adotar novas tecnologias é imperativo para a manutenção das atividades.

A tecnologia é meio, não fim, e o conhecimento jurídico do advogado sempre será relevante. Mas é inegável que tarefas repetitivas e rotineiras podem ser delegadas a sistemas automatizados, sobrando mais tempo para que os profissionais se dediquem à estratégia e ao relacionamento com os clientes.

Encerro com as palavras de Juliana Barbieri, CEO e fundadora da LEXLY, que conduziu a pesquisa:

Temos uma oportunidade única e um potencial enorme de transformação da nossa sociedade por meio do trabalho em conjunto do Direito e da tecnologia. Esperamos que este estudo contribua para um novo olhar sobre o assunto, com o cliente final como foco desta jornada.

Íntegra da pesquisa

Clique AQUI para acessar a pesquisa completa.


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Bernardo de Azevedo

Bernardo de Azevedo

Advogado. Doutorando em Direito (UNISINOS). Mestre em Ciências Criminais (PUCRS). Especialista em Computação Forense e Segurança da Informação (IPOG). Professor dos Cursos de Pós-Graduação em Direito da Universidade FEEVALE e da Universidade de Caxias do Sul (UCS).
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