O que você precisa saber sobre os engenheiros jurídicos

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Continuo a escrever sobre os engenheiros jurídicos. Hoje pretendo explorar os principais gargalos e desafios para quem decide atuar como engenheiro jurídico no Brasil, a remuneração do cargo e, finalmente, quais os futuros da profissão. Conversei com três profissionais para entender mais detalhes sobre essa carreira em ascensão:

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Gargalos e desafios da profissão

Supondo que o aspirante consiga espaço dentro de uma lawtech, na condição de engenheiro jurídico, quais são os gargalos e desafios que enfrentará? Conforme Nathalia Delgado, um dos grandes desafios é a comunicação entre engenheiros jurídicos e programadores. “Precisamos ser o menos ‘jurídicos’ possíveis para que nos compreendam”, declara.

De acordo com Nathalia, a análise dos dados jurídicos é outro desafio. “Há muito empenho de nossa parte para conseguir interpretar aquele dado jurídico de maneira analítica”, afirma a Legal Engineer. Já Fabrício destaca, em suma, que os principais gargalos envolvem conseguir interpretar os diferentes sistemas e plataformas adotadas:

O mercado de legaltechs ainda é pouco integrado, e as soluções que as grandes empresas já têm normalmente não conversam com essas plataformas. O desafio do engenheiro jurídico é conseguir entender como integrar esses fluxos e tecnologia aos processos vigentes. – Fabrício Ramos

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Quanto ganham os engenheiros jurídicos no Brasil?

Embora o mercado nacional ainda esteja em desenvolvimento, é possível classificar a remuneração em três grupos.

Em resumo, são eles:

1. Para estudantes, em estágio:

  • De R$ 1.500,00 a R$ 3.000,00;

2. Para profissionais experientes, ou que desempenhem funções de coordenação ou gerência:

  • De R$ 5.000,00 a R$ 15.000,00;

3. Para profissionais que venham a atuar no Jurídico de grandes empresas, com dedicação exclusiva a certos clientes:

  • De R$ 6.000,00 a R$ 30.000,00.

O futuro da carreira

De acordo com Nathalia, os engenheiros jurídicos terão um papel fundamental nos escritórios de advocacia, tanto no modelo contencioso quanto no consultivo. Guilherme acredita que em breve teremos soluções capazes de automatizar documentos praticamente sozinhas, fazendo com que os engenheiros jurídicos se tornem espécies de arquitetos:

Neste caso, eles apenas pensariam no macro da solução, sem desenvolver e configurar manualmente no sistema. Guilherme Tocci Salcedo

Já Fabrício acredita que a oferta de engenheiros jurídicos deve aumentar no futuro. Como consequência, haverá um incentivo ainda maior no que diz respeito à criação de linguagens de programação jurídica cada vez melhores. O CEO da Lexio imagina, em suma, um futuro no qual a linguagem jurídica de programação caminhe para o modelo open source.

Os engenheiros jurídicos no Brasil

Espero que você, leitor(a), tenho gostado dessa série de artigos sobre a carreira de engenheiro jurídico no Brasil. Os próximos textos vão abordar outras profissões, como tecnólogos jurídicos, cientistas de dados jurídicos, legal designers e muito mais. Não deixe de acessar AQUI o meu canal no Telegram para receber conteúdos adicionais.


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Bernardo de Azevedo

Bernardo de Azevedo

Advogado. Doutorando em Direito (UNISINOS). Mestre em Ciências Criminais (PUCRS). Especialista em Computação Forense e Segurança da Informação (IPOG). Professor dos Cursos de Pós-Graduação em Direito da Universidade FEEVALE e da Universidade de Caxias do Sul (UCS).
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