A experiência de pouco mais de um ano com audiências virtuais não foi suficiente para revolucionar os serviços judiciais, mas representou um grande avanço para os sistemas de justiça. A avaliação é do professor britânico Richard Susskind, para quem as solenidades remotas abriram novas possibilidades para solucionar os conflitos.
Estamos no sopé da transformação
De acordo com Richard Susskind, a pandemia mudou tudo. Ela demonstrou que podemos solucionar disputas remotamente, muitas vezes a um custo menor. O ambiente virtual permite resolver conflitos de forma mais rápida do que no sistema tradicional. O professor acredita que estamos “apenas aquecendo” e vamos avançar cada vez mais:
Nos próximos anos, desenvolveremos muitas técnicas online para dissolver disputas. – Richard Susskind
Mas, conforme Susskind, estamos apenas no sopé – a parte inferior da montanha – da transformação dos serviços judiciais. Conduzir audiências no Zoom não é mudança de paradigma, como alguns insistem em afirmar. É necessário muito trabalho e investimento para construir serviços melhores e projetados para os jurisdicionados.
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Os serviços judiciais deverão ser radicalmente desenhados
Para que a mudança ocorra, Susskind acredita que deveremos redesenhar os serviços judiciais. Em suma, devemos colocar em prática uma “nova configuração de pessoas, processos, tecnologias e espaços físicos que sejam centrados no usuário”, e garantir que a nova estrutura seja sustentável, acessível e superior ao que temos hoje.
Essa transição envolverá analisar minuciosamente os fluxos dos serviços judiciais; dividir o trabalho em partes (tarefas e atividades); simplificar e otimizar cada papel; para, então, reconstruir tudo do zero, à semelhança de folha de papel em branco. Não é tarefa fácil, sem dúvida, mas Richard Susskind acredita que seremos capazes de chegar lá.
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