Usar imagens no corpo da petição pode fazer toda a diferença

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Desde que a pesquisa do VisuLaw foi publicada, muitos juízes têm se manifestado sobre o que (não) apreciam nas petições. As manifestações são úteis para ajudar advogados a elaborar peças que atinjam os resultados desejados. E, nesse ponto, usar imagens no corpo da petição pode fazer toda a diferença.

Use imagens no corpo da petição

O juiz Alexandre Morais da Rosa destacou a importância de usar imagens no corpo das petições. A técnica não apenas otimiza a experiência de leitura, como também aprimora a navegação, facilitando o entendimento. Os dois exemplos a seguir ilustram como as imagens oferecem melhores resultados.

Na petição A, o advogado optou por escrever Doc. Anexo 1 e Doc. Anexo 2 para se referir aos documentos, sem inserir quaisquer imagens:

imagens no corpo da petição 01

Já na petição B, o advogado manteve os termos Doc. Anexo 1 e Doc. Anexo 2, mas inseriu dois print screens para ilustrar os documentos juntados:

imagens no corpo da petição 02

Em qual dos modelos (A ou B) o julgador terá uma melhor experiência de leitura?

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Experiência de leitura e navegação

Em síntese, o modelo A apresenta problemas de navegação e, sobretudo, não atenta à experiência do usuário (julgador). Só para ilustrar, se o documento referido estiver localizado 30 páginas abaixo, o magistrado deverá rolar o scroll 30x (ou clicar 30x no botão Page Down).

A experiência de leitura é superior no modelo B. O juiz não precisa, em suma, “ir e voltar” para saber sobre quais documentos o advogado está se referindo. O número total de páginas pode até aumentar um pouco, mas o conforto cognitivo será maior. Aliás, como destaca o magistrado,

A experiência do usuário juiz importa. Quando você deixa de colocar o print do documento na petição e escreve (doc. Anexo 1), obriga o juiz a rolar a barra e depois voltar. Perde tração cognitiva. Se é que vai. Pense no usuário ao escrever petições. Se você quiser ampliar as chances de ser entendido. – Alexandre Morais da Rosa

No mesmo sentido, o juiz federal Erik Navarro Wolkart aponta que, ao adotar tal postura, o advogado aumenta “o custo de acesso à informação e gera tensão cognitiva”:

Tensão cognitiva leva à sensação de inverossímil. Quer trazer sentimento de verdade e verossimilhança? Busque o conforto cognitivo do juiz. – Erik Navarro Wolkart


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Bernardo de Azevedo

Bernardo de Azevedo

Advogado. Doutorando em Direito (UNISINOS). Mestre em Ciências Criminais (PUCRS). Especialista em Computação Forense e Segurança da Informação (IPOG). Professor dos Cursos de Pós-Graduação em Direito da Universidade FEEVALE e da Universidade de Caxias do Sul (UCS).
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