Você já pensou em se tornar um(a) legal designer?

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Continuo a série de artigos sobre carreiras jurídicas. No texto anterior escrevi sobre os legal designers, profissionais que estão ganhando cada vez mais espaço em escritórios de advocacia e departamentos jurídicos. Para entender mais detalhes sobre a profissão de legal designer, que ainda está em construção no Brasil, conversei com quatro profissionais:

Quanto ganha um legal designer no Brasil?

Na classificação proposta por Margaret Hagan, o Legal Design se desmembra em: (1) design de sistema (system design), na base da pirâmide; (2) design organizacional (organization design); (3) design de serviço (service design); (4) design de produto (product design); (5) design da informação (info design), no topo da pirâmide – o Visual Law.

No Brasil, as oportunidades para novos legal designers estão concentradas, em sua maioria, nas categorias de design de serviço (3) e design da informação (5). Nesse universo, só para ilustrar, que abrange vagas em escritórios de advocacia, departamentos jurídicos e lawtechs, a remuneração inicial do cargo fica na faixa de R$ 2 mil a R$ 5 mil.

A depender do tamanho e natureza da operação da empresa, aliás, a remuneração pode aumentar e se aproximar àquelas relacionadas a cargos de chefia e coordenação. Há, além disso, a possibilidade de atuar com design de sistema (1), design organizacional (2) e design de produto (4), nas quais as perspectivas de remuneração serão ainda maiores.

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Quais são os desafios e oportunidades da profissão?

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Legal designers: quem são esses profissionais?

Gargalos e desafios da profissão

Para Fellipe Branco, um dos desafios da profissão é criar pontes. É necessário “se abrir para o marketing, para o comercial, para quem faz o atendimento do cliente lá na ponta”, entendendo a jornada do público. Com os canais abertos, em suma, é possível saber o “quanto a área jurídica pode contribuir para ser catalisador da inovação dentro da empresa”.

Já Lilian Coelho destaca que o maior gargalo para implementar qualquer inovação é a mudança de cultura:

Grandes empresas e organizações possuem fluxos e padrões pré fixados e de difícil modificação. É muito comum vermos departamentos jurídicos de empresas movimentando as equipes para realizar excelentes pesquisas, e interagir com outras áreas, criando ótimas soluções. Mas, o gargalo é justamente na hora de testar essas soluções, de implementá-las na prática, e isso acontece porque normalmente não tem um profissional de Legal Design conduzindo o processo. – Lilian Coelho

Gisele Ueno assinala, em síntese, que “demonstrar e convencer sobre novas formas de prestar o serviço jurídico e o ROI da inovação são grandes desafios”. Já Juliana Lima, aliás, afirma que o maior desafio é engajar um time multidisciplinar, sobretudo quando um projeto conta com pessoas que não fazem parte do jurídico de uma empresa:

É nítido que a comunicação entre jurídico e demais áreas ainda é algo muito rígido. É sempre um desafio desconstruir isso, mas sempre é possível. A habilidade do Legal Designer é essencial neste caso. – Juliana Lima

No próximo texto vou explorar o futuro da carreira dos legal designers no Brasil.


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Bernardo de Azevedo

Bernardo de Azevedo

Advogado. Doutorando em Direito (UNISINOS). Mestre em Ciências Criminais (PUCRS). Especialista em Computação Forense e Segurança da Informação (IPOG). Professor dos Cursos de Pós-Graduação em Direito da Universidade FEEVALE e da Universidade de Caxias do Sul (UCS).
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