Advogados com deficiência estão se sentindo mais saudáveis em home office

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O regime de isolamento decorrente da pandemia vem contribuindo positivamente para a saúde física e mental de advogados com deficiência. As revelações são do estudo Legally Disabled?,  lançado pela Law Society of England and Wales em parceria com a Legal Disabled Research Team, composta de pesquisadores da Cardiff University.

Em síntese, o estudo contou com a participação de 108 advogados com deficiência, que responderam um survey entre 23 de julho e 16 de agosto. O levantamento teve por objetivo descobrir por que as pessoas com deficiência são aparentemente indesejadas no setor jurídico e o que pode ser realizado para criar uma cultura de inclusão e acessibilidade.

Discriminação em escritórios de advocacia

Advogados com deficiência enfrentam discriminação em escritórios de advocacia e departamentos jurídicos. Tais ambientes são caracterizados por práticas que os excluem e os prejudicam, exigindo que profissionais debilitados se submetam a longas viagens e compareçam a eventos que não oferecem mínimas condições de acessibilidade.

Antes da pandemia, poucos eram os escritórios de advocacia que autorizavam funcionários com deficiência a trabalhar remotamente. Mesmo profissionais debilitados tinham de seguir rituais rígidos e altos níveis de supervisão. Mas então veio a pandemia, que mudou as regras do jogo e estabeleceu o home office como o “novo normal”.

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Advogados com deficiência estão se sentindo mais saudáveis

Embora a crise de COVID-19 esteja desafiando a todos, o estudo Legally Disabled? demonstrou que os advogados com deficiência estão se sentindo mais saudáveis, física e mentalmente (veja o gráfico a seguir). A maior parte do entrevistados respondeu também que pretende continuar trabalhando remotamente mesmo depois da pandemia:

advogados com deficiência 01

Antes da pandemia, muitos profissionais com deficiência eram desacreditados sobre sua capacidade de produzir, em casa, com a mesma qualidade que no escritório. O regime de isolamento decorrente do COVID-19 demonstrou que todos os profissionais, debilitados ou não, podem ser igualmente produtivos – e alguns até mais que outros – em home office.

Conforme um dos entrevistados:

Antes do bloqueio, eu trabalhava em casa parte da semana e suportava constantes comentários sobre como isso é perturbador e ineficiente. Trabalhar em casa o tempo todo melhorou drasticamente minha qualidade de vida.

Já na visão, aliás, de outro participante:

Agora posso participar de todos os eventos de que preciso para desenvolver minha carreira, sem me preocupar em como minha condição será afetada por viagens, se poderei usar minha cadeira de rodas e se há assentos em eventos. (…) Agora sinto que posso me encaixar.

De acordo com David Greene, presidente da Law Society, a pesquisa demonstra que o trabalho remoto tem o potencial de tornar o setor jurídico mais acessível aos advogados com deficiência. Conforme Greene, os escritórios de advocacia e departamentos jurídicos deverão levar isso em consideração ao delinear seus planos para o futuro.

Íntegra do estudo

Clique AQUI para ler a íntegra do estudo.


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Bernardo de Azevedo

Bernardo de Azevedo

Advogado. Doutorando em Direito (UNISINOS). Mestre em Ciências Criminais (PUCRS). Especialista em Computação Forense e Segurança da Informação (IPOG). Professor dos Cursos de Pós-Graduação em Direito da Universidade FEEVALE e da Universidade de Caxias do Sul (UCS).
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