Entenda o que é a Quarta Revolução Industrial e como ela afeta o trabalho dos advogados

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A humanidade experimentou profundas mudanças no decorrer dos últimos dois séculos e, em especial, nos últimos 50 anos. Muitos pesquisadores e estudiosos vêm se dedicando a compreender todas essas transformações e como elas impactarão nossas vidas a curto, médio e longo prazo. Entre os estudiosos, Klaus Schwab, autor de A Quarta Revolução Industrial (2017), é um nome que merece destaque.

Após quatro décadas estudando assuntos globais, o economista alemão e fundador do Fórum Econômico Mundial (World Economic Forum – WEF) está convencido de que estamos no início de uma revolução. Em suma, uma nova era capaz de modificar fundamentalmente a maneira como vivemos, trabalhamos e nos relacionamos. Todas essas mudanças são exploradas em sua obra.

As três primeiras revoluções

Em um proposital salto histórico, Schwab lembra que o surgimento da máquina a vapor originou a Primeira Revolução Industrial. Com ela, os seres humanos passaram a usar a força motriz das máquinas em vez da força muscular dos animais. Em seguida, a eletricidade e a produção em massa possibilitaram melhorias significativas à sociedade, iniciando a Segunda Revolução Industrial.

Mais recentemente, o advento dos microprocessadores e da computação nos permitiu dar um salto em eficiência e produtividade, levando à Terceira Revolução Industrial. Mas essa rápida era já está obsoleta. Estamos em outro momento, caracterizado pela fusão de tecnologias e pelo estreitamento de limites entre os mundos físico, biológico e digital, gerando oportunidades e desafios.

Estamos agora na Quarta Revolução Industrial.

As revoluções industriais anteriores libertaram a humanidade da força muscular dos animais, tornaram possível a produção em massa e trouxeram recursos digitais para bilhões de pessoas. A nova revolução, contudo, é diferente. A partir da fusão de tecnologias, ela impacta todas as disciplinas, economias e indústrias, desafiando até a própria compreensão do que é ser humano.

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A Quarta Revolução Industrial

Engenharia genética, veículos autônomos, impressoras 3D, nanotecnologia, biotecnologia, Internet das Coisas, robótica e inteligência artificial são apenas algumas das evidências desta mudança radical. E, embora nossa estrutura cerebral seja originalmente arquitetada para pensar de forma local e linear, esse conjunto de novas tecnologias está evoluindo em outro ritmo: o exponencial.

Schwab apresenta as mudanças que se desenvolveram nos últimos anos e descreve as tecnologias que impulsionaram a revolução. Embora o mundo tenha potencial de conectar bilhões de pessoas a redes digitais nos próximos anos, o economista teme que nem todas as empresas e indivíduos consigam se adaptar ao novo contexto tecnológico. Daí decorre a necessidade de se atualizar permanentemente.

Como a Quarta Revolução Industrial afeta o trabalho dos advogados

Assim como está transformando as sociedades, os comportamentos e as relações sociais, a Quarta Revolução Industrial está modificando o Direito e o papel de seus profissionais. Afinal, o Direito se desenvolve com a sociedade, que, a seu turno, se desenvolve com a tecnologia. Ou seja, não há como desconectar o Direito das inovações tecnológicas, intensificadas agora pela Quarta Revolução Industrial.

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A advocacia está passando por duas grandes transformações (e nunca mais será a mesma)

A Quarta Revolução Industrial está afetando o cotidiano dos advogados. Hoje, os profissionais têm em suas mãos muitas opções (soluções tecnológicas desenvolvidas por lawtechs e legaltechs) para aprimorarem seus serviços jurídicos e se manterem competitivos. Os advogados que decidirem não aproveitar toda essa onda de oportunidade correm sérios riscos de perecer no mercado.

Além disso, a revolução 4.0 está afetando o campo de atuação dos profissionais da advocacia, ou seja, a sociedade e as relações sociais. As tecnologias estão trazendo novos benefícios, mas novos problemas. E muitos desses problemas começarão, em breve, a ser judicializados. Caberá aos advogados desenvolver novas habilidades para lidar com todas estas questões jurídicas inusitadas.

A forma como enxergamos a Quarta Revolução Industrial diz muito sobre nós

A Quarta Revolução Industrial traz consigo benefícios (como a democratização da informação e a criação de novos modelos de negócios) e desafios (como a necessidade de desenvolver novas habilidades e novos modelos de gestão). Mas é inegável que este processo de transformação é irreversível. Cabe, assim, aos profissionais da advocacia enxergar a nova revolução com ameaça ou como oportunidade.

Enfim, eu escolho a segunda opção, e você?


Continue explorando o assunto

SCHWAB, Klaus. A quarta revolução industrial. Rio de Janeiro: Edipro, 2015.


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Bernardo de Azevedo

Bernardo de Azevedo

Advogado. Doutorando em Direito (UNISINOS). Mestre em Ciências Criminais (PUCRS). Especialista em Computação Forense e Segurança da Informação (IPOG). Professor dos Cursos de Pós-Graduação em Direito da Universidade FEEVALE e da Universidade de Caxias do Sul (UCS).
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